Mostrar mensagens com a etiqueta luís melo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta luís melo. Mostrar todas as mensagens

26 abril 2006

post it / luís melo

poema ao mar



Ao pôr-do-sol
um poeta vivo atira ao mar
a matéria muito livre
de um poema
dentro de uma garrafa
cheiinha de vento.


Ao pôr-do-sol
dois poetas vivos
atiram ao mar
matéria muito livre...


Ao pôr-do-sol
três poetas vivos
atiram ao mar...
e
por aí adiante
até que toda a gente
fica a entender
que uma garrafa
cheiinha de vento
e mais um poema
de matéria muito livre
por dentro
não pode ser a pior coisa
para se atira ao mar...

Ao pôr-do-sol...





luís melo

22 março 2006

post it / luís melo


[ Coiso! ]




... Tão baralhado
tão cheio de bicos
para cima
e para baixo.
A bússola maluca
a rodopiar desatinos;
o sol a sul
anti-magnético
desnorteado;
espectros
esvoaçantes
não identificados.
Vogar à deriva
sem radar:
algures a plenitude
no arco ogival
a basílica
vertigem gótica
naves laterais
de inexistência
e vacuidade;
Ah, a promenade,
a nave central
com declive
a tender
para o confuso
e infinito
do alfa à morte
do ómega ao parto.

Vagamente...
marcial um Viva-se !
Pois!
...Vagamente !
uma missão
logo à partida
inconclu-ida
inconclu-sivel
inconclu-dente
inconclu-coisa-nenhuma
de uma longa
e vaga
sim sim sim ... vaga
caminhada
até aqui
e a sê-lo
de ser onda
do meu mar
mural de história
pouco nada
ante-projecto
de desespero!
Sem sentido
salgado
(e como é obvio,...)
... vaga _ mente
escorrer por fora
de um globo ocular
ou... ser lágrima !




luís melo