Mostrar mensagens com a etiqueta josé emílio pacheco. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta josé emílio pacheco. Mostrar todas as mensagens

23 abril 2012

josé emílio pacheco / alta traição






Não amo a minha pátria.
O seu fulgor abstracto
não se deixa agarrar.
Mas (ainda que soe mal)
daria a vida
por dez lugares seus,
certa gente,
portos, bosques, desertos, fortalezas,
uma cidade desfeita, cinzenta, monstruosa,
várias figuras da sua história,
montanhas
- e três ou quatro rios.





josé emílio pacheco
tarde o temprano (poemas 1958-2000)
fondo de cultura económica
edição de ana clavel, 3ª edição
picacho-ajusco
2004


(versão de luís filipe parrado