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05 novembro 2023

joão habitualmente / pedras

 




 

 
Há pedras habitadas. Pássaros que não migram
só para não sofrerem a partida.
 
Esperam um ano a fio pelo regresso dos companheiros.
 
 
 
joão habitualmente
um dia tudo isto será meu
(uma antologia)
porto editora
2019


27 março 2020

joão habitualmente / a minha primeira bicicleta



Foi nela que visitei o sol

E a praia. E o sal
levou-me também até às primeiras raparigas


A minha bicicleta
era o sol – e a própria viagem astral




joão habitualmente
um dia tudo isto será meu
(uma antologia)
porto editora
2019






23 outubro 2019

joão habitualmente / santa catarina




então os americanos
fizeram mais uma experiência
nuclear
a paisagem afundou-se em volta num segundo?

e o risco em fogo do sol agora é o
risco em fogo do próprio fogo?

tudo enquanto
nós passeávamos em santa catarina
depois dum filme do marco ferreri
vê lá




joão habitualmente
um dia tudo isto será meu
(uma antologia)
porto editora
2019






02 novembro 2016

joão habitualmente / rede virtual 2.



Mágoas?
Só de alguns amigos
se terem deixado confundir


pelo tempo à pressa
pelo brilho dos ecrãs
pela borboleta na lâmpada
pelos enredos das redes


antissociais



joão habitualmente
poemas físicos
da frente para a retaguarda
na curva interior da estrada
edições apuro
2016




11 junho 2014

joão habitualmente / nem tanto ao mar



Amo o mar
porque não tem fim

e os vagabundos que não tem pilim

Mas pelo meio das formas
e das aparências sem fundo
parecendo que amo o mundo
amo-me sobretudo a mim

Talvez venha a querer ao mar
ou vagamente a um vagabundo

talvez os ame no fundo

Mas no rodar infindo
daquilo que não tem fim
quero-me principalmente a mim

Ao resto das formas
e das aparências do mundo
amo só assim-assim



joão habitualmente
os animais antigos
vila do conde : objecto cardíaco
2006