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09 janeiro 2019

flor campino / era tão branca a vila




I
Era tão branca a vila
que cegava.
Andaste os labirintos
da sua cal e acaso.
Com fitas ocres
enleando os muros,
respiram os teus ombros
a brancura, a marca
azul do ar.

II
Do sul te veio a ausência.
Lenços brancos
as clareiras desprendem, invioláveis,
por onde a luz
captura o sono
e esplêndida
te deixa, e solitária.




flor campino
(a aresta das folhas, afrontamento, porto 2000)
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
organização de maria armandina maia
instituto camões
2001








07 março 2011

flor campino / dias há de doçura insuportável






Dias há de doçura insuportável

As páginas do livro
volvem os dedos água.
O sopro das palavras
gasta os vasos

por onde, insuportável, a doçura
consuma o espaço.






flor campino
(a aresta das folhas, afrontamento, porto 2000)
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
instituto camões
2001