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13 janeiro 2018

antónio quadros ferro / a propósito



Não sabes ainda, poeta
que o poema empurra com a espada
que o poema empurra com a barriga?

É aragem a escuridão que sopras
e sonho o que na vertigem bocejas cansado
a poesia que empurras e empurras.

Quem nos dera, não era? Um poema
do repouso que varresse sem sangue
todas as misérias do horizonte
como folhas verdes as palavras.

Mas num qualquer outro instante este cortejo
também será esquecido, 65 vezes esquecido
segundo um determinado consenso.

Pois (porém) vamos juntos,
sim, amorosos do martírio dos outros,
são assim os poetas, talvez, empurrados.
Mas para onde e em nome de quem?



antónio quadros ferro
voo rasante
antologia de poesia contemporânea
mariposa azual
2015





16 maio 2016

antónio quadros ferro / ou a empatia






Eu morri, provavelmente, dentro da escola quando em adulto
percebi que nenhum dos meus professores lia poesia.
Exagero?


antónio quadros ferro
ou a empatia
artes e letras atelier
2015





02 março 2016

antónio quadros ferro / ou a empatia



Há-de haver um fundo inesperado no extremo oposto onde
morrem os sonhos, sob os pés onde procuramos a própria
sombra, fundida talvez à luz que um dia ameaçou o regresso
das dores passadas, logo a seguir à infância, muito antes da
poesia.


antónio quadros ferro
ou a empatia
artes e letras atelier
2015